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A Lei nº 2.784, sancionada em 19 de novembro de 1956, criava a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). Juscelino convidou seu amigo Israel Pinheiro para assumir a presidência. Em 1957 foi lançado o edital para a escolha do projeto urbanístico de Brasília. O escolhido foi o "esboço" de Lúcio Costa e , por ser como tal, houve divergência. Já que, não passava de um rascunho para muitos enquanto para outros era uma genialidade que demonstrava apenas o necessário.




O representante do Instituto de Arquitetos do Brasil abandonou o júri por não concordar com o resultado e vários concorrentes também desgostaram da decisão. Um dos membros da comissão julgadora era Oscar Niemeyer. O arquiteto já havia trabalhado com JK em projetos para Belo Horizonte e viria a concretizar inúmeros projetos arquitetônicos na capital federal (Catedral, Palácio do Planalto, Congresso Nacional..).








A construção de Brasília ainda teria inúmeros outros autores que deixariam sua marca e seus nomes registrados nesta história. Por exemplo, Bernardo Sayão que foi designado em 1958 para a construção da Transbrasiliana, também conhecida como Belém-Brasília. Athos Bulcão, que já trabalhara com Portinari no Painel de São Francisco de Assis na Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte, passa a colaborar com Oscar Niemeyer em 1955. A paixão do artista por Brasília se torna tão grande que passa a residir definitivamente por aqui nos anos 1960.


Bernardo Sayão durante a construção da Belém-Brasília


Impossível relatar aqui, neste post, todos os grandes constribuintes para edificação desta capital. Mas vale ressaltar: nada aqui estaria sem a vinda dos quase 80 mil "candangos" que elevaram do termo pejorativo ao sentido de nobreza, força e perseverança. Qualidades eternizadas pela escultura de Bruno Giorgi (Os Candangos) localizada na Praça dos Três Poderes.


E assim, pouco a pouco e simultaneamente, foram surgindo os prédios, pálacios, igrejas, mercados, praças, parques, clubes, escolas, hospitais, cada qual em seu espaço previamente estabelecido. Muitas vezes assustando com as siglas e ruas não nominadas aqueles que ainda não tem costume de perambular pelos blocos, quadras, setores, mas que rapidamente associam a organização urbanística e a distribuição das quadras a coerência proposta por Lúcio Costa.
















Não perca a oportunidade de visitar nossa Coleção de Obras Raras e a exposição que vamos organizar para os nossos usuários. Nosso espaço está aberto das 8h às 13h.

Uma promessa na cidade de Jataí, no Estado de Goiás, mudou a história do país. Um cidadão humilde, conhecido como Toniquinho, indagou o então candidato à presidência se, caso eleito, ele iria cumprir todas as determinações da Constituição, inclusive a construção de uma cidade no Planalto Central para ser a nova capital do Brasil. O mesmo respondeu afirmativamente e, quando empossado, não mediu esforços para que suas palavras se tornassem uma verdade.





Mas a vida deste homem que viria a ser presidente começa 53 anos antes, na cidade de Diamantina, no ano de 1902. Lá mesmo em Minas Gerais estudou com os padres vicentinos no seminário diocesano onde concluiu os estudos do curso de humanidades. Em 1927 concluiu o cursou de Medicina na Universidade Federal do Estado, na mesma turma de Pedro Nava (Sua coleção veio para a UnB e vários livros seus estão na Coleção de Obras Raras). Na medicina era cirurgião especialista em urologia e como médico foi também integrante da polícia militar. Em suas atividades na campanha da Serra da Mantiqueira, combatendo as tropas revolucionárias paulistas, conheceu Benedito Valadares que o convidou para ser Chefe da Casa Civil em 1934. O episódio marcou o início da sua carreira política.


Neste mesmo ano elege-se deputado federal exercendo a função até 1937, ano do fechamento do Congresso Nacional pelo golpe do Estado Novo. Benedito ainda o nomeou prefeito de Belo Horizonte, cumprindo mandato de 1940 a 1945, onde receberia a alcunha de “prefeito furacão” por suas obras na lagoa da Pampulha com a parceria de Oscar Niemeyer que viria a continuar em Brasília. O ilustre prefeito criou vários bairros e pavimentou as Avenidas do Contorno e a Amazonas.










Ainda em Minas, Juscelino Kubitschek foi governador do Estado de 1951 a 1955 tendo como principais feitos a criação da CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais), a construção de cinco usinas hidrelétricas e a abertura de mais de três mil quilômetros de rodovias. O cargo de governador não foi levado até o fim, já que deixaria o mesmo para concorrer a presidência, sendo eleito em 3 de outubro de 1955. Foi eleito com 36% dos votos válidos, já que nessa época as eleições eram decididas em primeiro turno. Por não obter maioria absoluta, a UDN tentou impugnar o resultado das urnas, somente sendo possível sua posse através de um levante militar liderado pelo Ministro da Guerra, Henrique Teixeira Lott.

Como presidente, adotou o lema: Cinqüenta anos em cinco, elaborando assim o Plano Nacional de Desenvolvimento ou Plano de Metas, onde havia 31 metas dividas em 5 grupos: energia, transportes, alimentação, indústria de base, Educação e a meta-síntese: Brasília.


Apesar de hoje figurar ao lado de Getulio Vargas como um dos presidentes mais populares do país, há vários críticos à sua política, principalmente sobre os gastos com a construção de Brasília.

Muitas vezes na sua época foi criticado por inviabilizar os governos futuros, além de sofrer acusações de favorecimento de empresas e de enriquecimento ilícito (nunca provados). A inflação posterior ao seu governo chegou a 81%, em 1963, e a sua opção por construir rodovias ao invés de ferrovias foi duramente criticada. 


Após a presidência foi eleito senador pelo Estado de Goiás em 1962, porém em 1964 perdeu o mandato e os direitos políticos devido a acusações de corrupção e de apoio aos comunistas.

Tentou articular em 1967 a frente ampla juntamente com o ex-presidente João Goulart e o ex-governador da Guanabara Carlos Lacerda (sua biblioteca também foi adquirida pela BCE e seu arquivo pessoal também está no espaço das Obras Raras). Nunca mais voltou ao cenário político, tendo seu nome proibido na televisão até um ano antes de sua morte. Faleceu em 1976 em um acidente automobilístico sob circunstâncias até hoje não muito claras. 







Confira o acervo da nossa Coleção de Obras Raras e leia sobre importantes momentos históricos direto do original.

Coleção de Obras Raras, andar superior, de segunda a sexta, das 8h às 13h.



























O surgimento da nova capital do Brasil no interior do país remete a investidas bem anteriores a 21 de abril de 1960. A edição especial da revista Epopéia, datada de janeiro de 1959, é notável e trás a história da construção de Brasília em forma de HQ.


Edição Especial da Revista Epopéia, janeiro de1959.




A revista conta de maneira abrangente toda trajetória que circunda a mudança da capital para o interior, começando pela formação geológica do planalto central, apontado como a região mais antiga da terra, até o surgimento dos rios da região.



É possível conhecer também sobre as bandeiras que desbravaram o interior do Goiás a procura de ouro e os diversos idealistas sobre tal mudança, como Hipólito José da Costa. O jornalista destitui à “Cidade Maravilhosa” como local ideal para a capital em seu Correio Braziliense de junho de 1808:

"O Rio de Janeiro não possui nenhuma das qualidades que se requerem na cidade, que se destina a ser a capital do império do Brasil". Em 1813, Hipólito José já falava sobre a criação de uma nova cidade que permitisse a abertura de estradas que se dirigissem a todos os portos de mar.




O ilustre historiador Varnhagen (Visconde de Porto Seguro) fez questão de conhecer pessoalmente as terras que ele defendia ser o melhor local para a construção da nova cidade. Ele apontava a região entre as lagoas formosa, feia e mestre d’armas, bem próximo ao terreno onde hoje está firmada nossa Brasília.



Local indicado por Varnhagen para a construção da nova capital.


Já amplamente aceita, discutida e difundida a idéia da interiorização, começaram-se as expedições para demarcação do território onde seria erguida a sede do governo federal. Em 1891 foi formada a Comissão de Estudos da Nova Capital da União, chefiada pelo Dr. Luis Cruls, eminente cientista e Diretor do Observatório Astronômico. No entanto a efetiva construção tardou bastante. Antes de Juscelino cumprir a promessa de campanha feita em seu primeiro comício na cidade de Jataí, ainda tiveram outras duas comissões chefiadas pelos General Djalma Polli Coelho (1947), que apontou a mesma localidade da Missão Cruls, e a comissão chefiada por Marechal José Pessoa, em 1955.




Executando então o que estava previsto em constituição desde 1891, JK põe a cabo a idéia de se fazer 50 anos em 5, história esta que será contada nos próximos capítulos.




Todo esse material e muito mais você pode encontrar na nossa Coleção de Obras Raras, andar superior, de segunda a sexta, das 8h às 13h.


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